Homem que se cuida

A saúde do homem brasileiro é a nova preocupação do Ministério da Saúde. Isso porque pesquisas apontam que a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevadas.



Segundo o ministro José Gomes Temporão, a Política Nacional de Saúde do Homem, lançada recentemente, tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde. "Essa política parte da constatação de que os homens, por uma série de questões culturais e educacionais, só procuram o serviço de saúde quando perderam sua capacidade de trabalho. Com isso, perde-se um tempo precioso de diagnóstico precoce ou de prevenção, já que chegam ao serviço de saúde em situações limite", salienta.

A política tem um plano dividido em nove eixos de ação a serem executados até 2011 e prevê o aumento de até 570% no valor repassado às unidades de saúde por procedimentos urológicos e de planejamento familiar, como vasectomia, e a ampliação em até 20% no número de ultrassonografias de próstata. Assim, o governo federal quer que, pelo menos, 2,5 milhões de homens na faixa etária de 20 a 59 anos procurem o serviço de saúde ao menos uma vez por ano, promovendo uma mudança cultural.

"Em geral, os homens têm medo de descobrir que estão doentes e acham que nunca vão adoecer, por isso não se cuidam. Não procuram os serviços de saúde e são menos sensíveis às políticas. Isso coloca um desafio ao SUS, já que vai exigir do sistema mudanças estruturais para que o sistema esteja mais sensível, inclusive com o treinamento de profissionais para que olhem de forma mais atenta a essa população", afirmou o ministro.

Uma pesquisa com 250 especialistas em 2008 mostrou que a população masculina não procura o médico por conta de barreiras culturais. "Eles foram educados para não chorar e para manter a couraça de que são 'machos'. Também alegam que são os provedores e têm medo de que se descubram doenças, mas hoje as mulheres são tão provedoras quanto eles. Queremos mudar essa cultura para que eles vivam melhor", diz Alberto Beltrame, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. Na maioria das vezes, os homens recorrem aos serviços de saúde apenas quando a doença está mais avançada.

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