Flores tristes e baldias!!!!


Recebi hoje um e-mail de meu amigo Osmar Resende – Grupo Beagay sobre a morte do travesti Andréia Albertini – Caso Ronaldo fenomeno) nesse e-mail um link para o blog do Jean Willis (isso Big Brother) Li e gostei só muito longo e prolixo como tudo que o Jean escreve, selecionei algumas partes para que todos vocês possam ler, é uma porrada um pé no saco da sociedade como um todo leiam e reflitam....

Infelizmente o (curto) tempo me deu razão. Andréia perdeu feio: agonizou sozinha em um hospital público. Ingênua, despreparada e, principalmente, deslumbrada, ela disse “sim” aos apelos de jornais, sites e programas de tevê sensacionalistas e até da indústria do pornô sem sequer desconfiar de que a exploração de sua imagem era parte de um processo que a destruiria.

O noticiário de sua morte está longe ser algo do tipo “homenagem pela existência relevante”, como a que se tem prestado a Michael Jackson. A notícia de sua morte é, sim, uma gargalhada do sistema, que riu por último; uma pá de cal sobre seu cadáver pobre. Não bastou à imprensa dizer que Andréia morreu: ela fez questão de frisar que o travesti morreu de AIDS.

Meus caros, não se enganem. Não se deixem enganar. Não há qualquer traço de boa intenção ou de prestação de serviço na exposição pública do laudo médico que atesta que Andréia Albertini morreu em decorrência da AIDS.

O que há por trás desta exposição é aquela ideologia que quer associar e/ou circunscrever a AIDS apenas à comunidade de homossexuais. Por trás da exposição do laudo, está a idéia de que a doença foi um castigo para Andréia, por sua transgressão (e de que a AIDS, por extensão, é um castigo sobre a “comunidade licenciosa” da qual ela fazia parte: a comunidade dos homossexuais).

Esta é a lição de todas as matérias que noticiaram a morte do travesti: apresentar a doença como castigo imposto não apenas a indivíduos, mas também a todo um grupo, por sua transgressão, frouxidão moral e devassidão.

Porém, pior que esta ideologia nociva veiculada pelas matérias de jornais foi o fato de a torcida organizada do Flamengo ter mandado, para o velório de Andréia, um coroa de flores assinada por “Ronaldo Gorducho” como um último debique.

Que gentalha é esta capaz de rir diante da dor dos outros?! É fácil se fazer de engraçado quando a dor está longe. A morte dos outros é nada. A morte só nos inspira dor e angústia quando nos ameaça ou atinge nossos familiares e amigos. Por isso a torcida organizada do Flamengo fez piada com a morte de Andréia e muitos - muitos mesmo - riram dela. Se para o defunto a piada é nada, para sua mãe e amigos, a piada é mais que um desrespeito e que uma ofensa à dignidade humana: é um dedo sujo numa ferida aberta.

Descanse em paz, Andréia. A você, minhas flores tristes e baldias!
Jean Willis

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